Adeus ao grande desportista: Obrigado Manoel Bananeira

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Durante minha vida tenho presenciado em alguns momentos, o pior dos males praticado por algumas pessoas, a ingratidão. Mas, nunca parei para externar publicamente minha opinião sobre esse assunto, pois sempre achei ser a pior qualidade dos humanos, portanto, não deveria perder meu tempo para falar dessa coisa repugnante que os falsos “bons” homens, insistem em cultivar em suas veias.

Mas, hoje me sinto na obrigação de escrever e dividir com os leitores do MonólitosPOST a minha indignação sobre esse tema, pois descobri que em minha terra alguns (ex-jogadores) dos meus conterrâneos também cultivam essa “praga”, pois esqueceram um dos maiores símbolo do futebol de salão, hoje chamado de futsal, Manoel Bananeira.

Lembro-me quando adolescente que esse desportista era rodeado de muitos jovens que queriam ter uma oportunidade para mostrar seus talentos, e que muitos deles não tinham a habilidade exigida para serem atletas de competição, mas sempre com muita paciência e com seu grande espírito bondoso, nunca descartava aqueles jovens que o procuravam, e era dado a tão sonhada oportunidade de mostrar seus dons dentro da quadra do Balneário Cedro Clube em Quixadá.

Quantos gritos de alegria, Manoel Bananeira proporcionou a esses adolescentes de ontem, que hoje tem uma situação financeira e social satisfatória e que se fizermos uma regressão profissional dos mesmos, todos tiveram a influencia direta ou indireta desse grande treinador de futebol projetando-os para o sucesso ou no mínimo os preparou para serem cidadãos de verdade.

Agora vejamos outra coisa bastante curiosa, constantemente se via após os treinos e nos campeonatos, os ditos atletas bajulando esse grande técnico com intuito de não perderem a titularidades nos próximos jogos, ou para fazerem parte da equipe do sonhado Balneário, mas, esse grande quixadaense usava sempre a sua sabedoria que lhe era peculiar dentro das quadras, e principalmente sua grandeza espiritual, nunca deixou a vaidade e tão pouco o puxa-saquismo decidir por ele, e procurava dar a oportunidade a todos indistintamente.

Quantas crises financeiras tiveram o nosso Balneário durante os seus 62 anos de existência? Acredito que inúmeras vezes, e como sempre nestes momentos difíceis a grande maioria de seus diretores abandonavam a agremiação para não se envolverem com problema, ao contrário do que fazia Manoel Bananeira que sofria calado, mas nunca abandonou a sua maior paixão, chegando inclusive a ter desavença em seu próprio lar por não querer fazer como fazia os “diretores de fachada” que só queria ter a titularidade e o status de diretor para mostrar para seus amigos que pertenciam ao mais importante salão social de nossa cidade.

Mas a vida nós prega muitas peças, acredito que isso aconteça para que possamos conhecer quem é quem no jogo da vida, é somente nestes momentos mais sombrios da vida que descobrimos os nossos verdadeiros amigos, quem na verdade pratica a mais sublime qualidade humana, a gratidão. Quem retribuirá o carinho, pois estar junto nos momentos difíceis é a maior prova de amizade, como dizia um velho amigo meu: “você só conhecerá os verdadeiros amigos quando estiver doente”.

A história do Manoel Bananeira me estimulou a externar essa minha eterna angustia humana, pois, durante sua lamentável doença, ele foi completamente abandonado pela maioria daqueles que ele um dia deu a oportunidade para se projetarem socialmente, e muitos deles hoje fazem sucesso graças a essa chance, e por ironia do destino são exatamente essa pessoas que o esqueceram completamente, deixando-o abandonado em um leito hospitalar, sem ao menos fazer uma simples visita, atitude essa que não lhe custaria absolutamente nenhum centavo.

O mais imoral dessa triste história é saber através de um dos seus familiares, quando me confidenciou que a diretoria do Balneário não teve a sensibilidade de amparar o seu mais ilustre diretor, quando o mesmo precisou fazer um exame muito importante onde poderia ter sido feito um diagnostico com precisão da doença, e por ironia do destino lhe foi negando alguns poucos reais para o pagamento dessa avaliação médica, sendo oferecido apenas a metade, isso é um verdadeiro absurdo para quem entregou sua vida e alma ao Balneário Cedro Clube, certamente o Manoel quando em vida colocou centenas de reais de seu próprio bolso para não deixar o seu clube preferido ir a ruína.

Manoel Bananeira gostaria de te agradecer em nome desses ingratos conterrâneos que lhe abandonaram nos momentos mais difíceis de sua vida terrena, lhe privaram até mesmo de uma simples visita ou lhe negaram uma palavra de conforto durante as suas crises de dor. Mas como Deus é misericordioso certamente perdoará essa gente ingrata, mas aqui nesse meu desabafo rogamos ao criador que abra esses corações desumanos para que eles possam ensinar pelo menos aos seus descendentes a melhor qualidade humana, a gratidão.

“A ingratidão é um certificado que damos a nós mesmo de que não temos nada de bom dentro da gente para dar ao próximo, nem mesmo somos capaz de reconhecer o bem que nos fizeram!” .(Mariluci Carvalho).

Wanderley Barbosa




Comentários

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  1. Muito triste com essa noticia agora, muito mesmo, conhercia o manel Bananeira com era chamado cariosamente,por quem tanto gostava dele, MANEL que Deus o guarde e que você descanse em paz.
    E que esses que lhe abdonaram o que posso senti e pena dos mesmo e vergonha.

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