Quixeramobim: “Segurança Pública não é responsabilidade somente da Polícia”, diz delegado

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O plenário da Câmara Municipal de Quixeramobim foi palco, na manhã desta sexta-feira, dia 27, do debate sobre o aumento nos índices de violência no município. O evento contou com a participação do presidente do legislativo, Clébio Pavone, Promotor de Justiça de Quixeramobim, Igor Pereira Pinheiro, o Delegado de Polícia Civil, Eduardo Tomé, Comandante da Polícia Militar, Tenente Coronel Ednardo Calixto, Comandante do Corpo de Bombeiros, Major Naum Maurício, além do palestrante Laércio Noronha Xavier, e vereadores Antônio Filho, Claudinha Borges, Idelbrando Rocha, Paulo Ferreira e o proponente Rômulo Filho.

Ainda presentes a audiência, estavam representantes de entidades sociais como o Conselho Tutelar e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Com a palavra o palestrante Laércio Noronha Xavier apresentou dados atuais referentes à criminalidade em todo o País. Segundo ele, na última década os números da violência aumentaram em todos os estados brasileiros, principalmente no Nordeste. Ele defendeu a criação de uma Secretaria Municipal de Segurança Pública. De acordo com dados apresentados pelo palestrante, a criminalidade ainda é um fator essencialmente urbano, já que 40% dos crimes letais no Brasil estão concentrados em cidades com mais de 500 mil habitantes. Para ele, a violência gera um fato chamado “cidades dos muros”, quando por medo a população ergue muros, muda hábitos e passa a ter receio de andar nas ruas.

Noronha disse que a responsabilidade sobre a segurança pública não pode ser atribuída apenas ao Estado, mas a toda a sociedade, adotando medidas preventivas que começam nos municípios, a princípio através da Ação Social. O palestrante afirmou que a segurança pública é uma questão muito mais ampla do que se pressupõe, podendo ser melhorada através de medidas como boa iluminação pública, implementação de praças esportivas, desenvolvimento de atividades culturais e engajamento dos empresários e comerciantes no sentido de implantar monitoramento através de vídeo em seus estabelecimentos, o que em tese reduziria os índices de criminalidade.

O representante do Ministério Público, Igor Pereira Pinheiro, lamentou a ausência do chefe do Executivo, dos demais vereadores e de uma parcela maior da população, tendo em vista a importância do tema. O promotor apresentou um balanço das ações do MP. Ao relatar o aumento crescente dos assaltos e furtos de celulares e outros objetos eletroeletrônicos, Dr. Igor disse que o comércio desse material ilícito prospera porque há quem recepta: “Quem compra um celular ao preço de 10 ou 15 reais, sabe que não é de origem lícita”, afirmou o promotor.

Em sua participação o Delegado de Polícia Civil, Eduardo Tomé, que há 11 meses atua em Quixeramobim, trouxe a notícia de que o município disporá de uma sede para a Delegacia, que até então vinha funcionando junto à Unidade de Segurança Integrada – USI. Ele relatou que quando assumiu o cargo o espaço destinado à Polícia Civil não dispunha nem mesmo de fechadura na porta da sala onde eram arquivados inquéritos e provas importantes. “Quixeramobim vai ter efetivamente uma sede da Delegacia de Polícia Civil, a chave já está na minha mão”, disse. Em sua fala, Eduardo Tomé também ressaltou que é preciso haver mais engajamento da sociedade: “Segurança Pública não é responsabilidade somente da Polícia. Nós somos meros atores. Se não houver cooperação da sociedade nada se resolve”, disse.

O vereador petista Paulo Ferreira usou a palavra para cobrar a aquisição de uma ambulância para o Corpo de Bombeiros, sugerindo que seja feito um convênio entre Governo Municipal e Estadual para garantir a compra do veículo.

Já a vereadora Claudinha Borges comprometeu-se a apresentar requerimento solicitando a criação da Secretaria Municipal de Segurança Pública, bem como aumento do contingente policial do município, de forma que o destacamento policial seja capaz de atender a demanda da sede e da zona rural.

Ao final da sessão o Presidente da Casa, Clébio Pavone, assegurou que a Câmara continuará a promover debates dessa natureza, conclamando a participação popular, considerando que atos como esse dão poder de voz ao povo e chamam a atenção das autoridades competentes na resolução dos problemas colocados em pauta.

 

 

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