Imagine a população de Fortaleza, onde residem mais de 2 milhões de pessoas. Agora, multiplique por cinco. Não chega à metade do número de vítimas de crimes cibernéticos no Brasil em 2013. Em dezembro do ano passado, foram 22 milhões, conforme a última pesquisa nacional sobre o assunto, divulgada pela empresa Symantec. O número faz do País o 4º lugar no ranking mundial de crimes virtuais. Para investigar esses crimes, 11 estados do Brasil já possuem uma delegacia especializada, mas o Ceará não é um deles.
Além de não saber precisar quantos crimes virtuais já ocorreram no Ceará, a Polícia Civil afirma que, atualmente, não existem planos para a instalação de uma delegacia especializada. Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, 90% dos casos de crime na web no Estado são estelionato, calúnia e difamação. Hoje, os casos são distribuídos nas várias delegacias de Fortaleza. A partir delas, há também um acompanhamento do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil.
Quem for vítima dos cibercrimes deve se encaminhar para a delegacia mais próxima. Ao prestar queixa e fazer o fazer o Boletim de Ocorrência (B.O.), o caso será encaminhado para a delegacia que melhor se adequar.
Espera
Andrade Júnior não soube especificar qual o tempo médio que a vítima espera para a solução do caso, mas há quem desista de esperar ou nem mesmo procure a delegacia. É o caso da professora Talita Vasconcelos, que teve seus dois cartões de crédito clonados ao fazer compras pela internet. “Só fui perceber quando as faturas dos cartões vieram com compras diferentes”. Ela afirmou que fez o B.O. Eletrônico, mas não procurou uma delegacia por “ser perda de tempo”.
Em 2010, a Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará (OAB-CE) e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS CE) propuseram um projeto para a implantação de uma unidade em que fossem tratados somente os crimes na web, visto. A proposta está arquivada.
Segundo o presidente da Comissão de Direito da Tecnologia da Informática da OAB-CE, Renato Torres, o serviço de investigação nesses casos é lento. “A implantação ajudaria a inibir as ocorrências, além de facilitar as investigações” constata.
Saiba mais
COMO SE PREVENIR
2. Utilize um antivírus para detectar e bloquear ameaças