Monólitos Post

“…uma casa dividida contra si mesma não poderá ficar de pé”. (Jesus de Nazaré)

Uma administração pública é formada pela união de grupos políticos que aceitaram a liderança de um gestor maior para conduzi-los na busca por seus objetivos, quase sempre semelhantes. A força do líder, sua capacidade de manter os grupos interligados e sua habilidade para lidar com pontos de divergência são elementos essenciais para o êxito da administração. Quando tais coisas inexistem, sobram divisões, brigas internas, guerra de interesses e caos.

A administração de Quixadá é um bom exemplo do que significa “uma casa dividida”. O prefeito João Hudson não tem conseguido manter a união dos grupos que trabalharam por sua eleição; e na difícil tarefa de atender interesses diversos, o prefeito tem visto aumentar o número dos insatisfeitos nas fileiras de seus próprios aliados. As redes sociais servem como interessante termômetro para medir isto. Postagens que lançam luz negativa sobre a gestão, feitas por ex-apoiadores de campanha, são cada vez mais comuns.

Numa postagem recente, dirigida ao próprio prefeito, a jovem C.S.P afirmou: “O mesmo apoio que lhe dei e até agora me calei com todas as sua incompetências, agora você vai ver o que é me ter como oposição.” O jovem J.S, que havia trabalhado incansavelmente em prol da vitória de João Hudson nas urnas, por sua vez, postou no Facebook uma mensagem em que externava sua indignação diante do que classificou como ‘administração quebrada’. Estes são apenas dois dos muitos exemplos neste sentido. Tratam-se de manifestações que acontecem dentro da normalidade democrática. O pior está escondido mais abaixo da superfície.

O Prefeito João Hudson e o Deputado Osmar Baquit recentemente ensaiaram um rompimento público, mas em seguida tentaram deixar claro que a parceria continuava. O que muitos não conseguem perceber, no entanto, é que a disputa entre as partes, tendo ou não o aval do Prefeito e do Deputado, continua a todo vapor. De fato, a suposta parceria parece ter prazo de validade.

Ao passo que um dos lados busca incansavelmente o apoio de mais parlamentares na Câmara Municipal, produzindo, em alguns casos, verdadeiros milagres da conversão, o outro grupo tenta se fortalecer com o uso de parte da imprensa escrita de Quixadá. E isto explica mudanças súbitas de postura adotadas nos últimos dias. De um lado e do outro, prosperam verdadeiros agentes da desunião.

Divisões à parte, qualquer cidadão consegue sentir o clima de acirramento político nos compartimentos internos do poder. Provavelmente, nunca antes na história de Quixadá se viu uma gestão tão dividida, uma gestão cuja união dos componentes aparece bem apenas nas fotos.

Fontes comentam que até o vice-prefeito, Wellington Cí, teria intenções de romper com o prefeito João Hudson tão logo passem as eleições de 2014. Quanto a isto, só o tempo poderá oferecer conclusões apropriadas. Até lá, o empresário do ramo varejista de calçados precisará lidar com toda a pressão causada pelas divisões impostas pelos grupos que compõem seu próprio governo.