O prédio da estação de trem de Quixadá foi inaugurado ainda no século dezenove, no ano de 1892, e ainda carrega as características arquitetônicas da época. Poderia – e deveria! -, ser tratado como patrimônio histórico intocável do povo quixadaense. No entanto, o que se vê em relação ao local é um terrível descaso.
As instalações chegaram a acolher a Academia Quixadaense de Letras (AQL), presidida pelo memorialista João Eudes Costa, há até bem pouco tempo. Os membros da AQL fizeram tudo o que lhes era possível para preservar o espaço, porém, por determinação do IPHAN, foram convidados a deixar o local. Desde então, as condições do prédio só pioraram.
De fato, pessoas tem utilizado o prédio como uma espécie de latrina pública. Há muitas fezes humanas e sinais de urina por todos os lados. Entrar no local é um verdadeiro desafio, tamanho o fedor. O espaço que abrigou os imortais da literatura da terra dos monólitos, hoje faz sombra a toletes de cocô.
Apesar desta realidade, não se vê nenhum movimento sério por parte das autoridades no sentido de proteger e preservar o patrimônio histórico.
Veja na galeria de fotos a seguir a situação lastimável em que o prédio se encontra atualmente.
Fotos: Wanderley Barbosa
Incrível é a visão dos que motivam tal notícia, onde para estes é mais importante o patrimônio material, o prédio e os senhores escritores do que a população miserável que precisa vir ao centro da nossa cidade e não tem o mínimo de atenção. Tenho certeza que as pessoas não defecam ali por diversão. 1º problema: não temos sanitários públicos, 2º: o prédio está abandonado. Aí uni-se o útil ao agradável. Não seria uma má ideia a intervenção em fazer esta necessidade fisiológica bem no meio da Câmara Municipal ou na Prefeitura. Quem sabe os ouvidos ouvirão melhor e os olhos enxergarão melhor.