O município de Quixadá, no Sertão Central do Ceará, passa por um momento, no mínimo, esquisito de sua história.
Como se houvesse sido revestido por uma bolha que o isolou do resto do mundo, dos protocolos, das leis e da normalidade, o município segue testemunhando todo tipo de aberrações que ficam sem absolutamente nenhuma reparação. Tudo aqui acontece, mas parece que ninguém sabe e ninguém viu.
Empresas cortam árvores em praças públicas por iniciativa própria e sem autorização; comerciantes ocupam calçadas e outros espaços públicos com cadeiras e mesas; populares constroem redutores de velocidade por conta própria; material de construção toma o espaço de circulação dos pedestres; o trânsito é absolutamente caótico; Termos de Ajustamento de Conduta são desprezados como se fossem papel de enrolar pão; o Ministério Público dá a impressão de ter menos força do que uma associação de bairro e, mais, muito mais.
Quixadá está parecendo o fundo do quintal lá de casa.
Mas o propósito aqui é chamar atenção para uma medida irregular que foi, inclusive, abraçada pela Câmara Municipal. Com o propósito excelente de diminuir a incidência de acidentes de trânsito, as autoridades do município resolveram adotar um caminho completamente irregular e pouco inteligente: instalaram tachões, as chamadas “tartarugas”, em diversas ruas da cidade.
Ocorre que a Resolução nº 39/1998, com redação dada pela Resolução nº 336/2009, do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), proíbe, dentre outras coisas, a utilização de tachas e tachões aplicados transversalmente à via pública como redutores de velocidade. O uso de tais dispositivos provoca danos no pavimento e nos veículos.
Na última semana, o titular da Promotoria de Justiça do Juizado Especial da Comarca do Crato, Thiago Marques Vieira, firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Departamento Municipal de Trânsito do Crato (Demutran) com o objetivo de corrigir essa irregularidade que, evidentemente, existe por lá também. Em caso de descumprimento do TAC, será aplicada multa diária no valor de R$ 1.000,00, que será revertida para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos do Estado do Ceará (FDID).
Em Quixadá, nada. Em qualquer rua em que se queira diminuir a velocidade dos veículos, a primeira coisa que vem à mente é instalar “tartarugas”.
Quando uma irregularidade tão clara é aceita e tolerada desse jeito, o que se pode esperar? Ademais, o que custaria fazer a coisa certa e adequar-se à resolução do Contran? Mas é até compreensível. Em Quixadá, fazer a coisa certa se tornou muito difícil, e como ninguém parece fazer nada mesmo a respeito, todo mundo se sente livre para escolher o caminho mais fácil. Pobre cidade!
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Por Gooldemberg Saraiva / Contato: (88) 9 9972-5179 bergsaraiva@gmail.com
precisam as autoridades darem uma olhada para a rua tenente cravo ,pois ali é uma verdadeira pista de corrida, numa rua que alem de ser mão dupla , tem muito trafego de pessoas, crianças , estudantes, idosos…. é preciso uma ação urgente das autoridades competentes.
Zé Capote vc já ouviu falar em foto-sensores?
Seria muito mais justo instalarem esses equipamentos pela cidade com redução para 40 KM do que danificar os nossos veículos, pois já pagamos IPVA e um absurdo pelo licenciamento mais o seguro dos veículos todos os anos para ter prejuízo com essas “tartarugas” espalhadas pela cidade.
Morei em São Paulo e em Fortaleza e por onde eu andei nunca ví uma falta de respeito essa com o cidadão, de lhe causar prejuízo, como se não bastasse a falta de manutenção nas vias públicas.
Interessante é que enquanto era instalado essas tartarugas os sites só noticiavam como uma coisa boa. Eu fui um dos que logo comentou o absurdo. AS TARTARUGAS SÃO UMA COVARDIA COM O CIDADÃO QUE TRABALHA MUITO PARA TER O CONFORTO DE UM VEÍCULO COMO UM CARRO. Acaba com a suspensão, deixa o carro todo frouxo e como se não bastasse, ainda aumenta e MUITO O CONSUMO DE COMBUSTÍVEL. Sem contar o mais grave, motociclistas desviam das tartarugas e colocam a vida do pedestre e deles mesmos (JUMENTOS) em risco.
Nobre colega a situação de Quixadá é muito complicada, muitas irregularidades como falado. Mas, diante da realidade do município a idéia foi boa. Pra mim pelo menos, mais vale não morrer atropelado de que ver o carro do fulano cheio de ‘grilo’. Afinal além de não poder trafegar pelas calçadas eu também não posso andar pela rua, por medo de ser atropelado?!?! Quixadá não tem uma administração autônoma para multar as irregularidades, seja o camarada que ocupa a calçada (aqui deveria haver multa, gerar arrecadação para a cidade e disciplinar), seja os inúmeros estacionamentos irregulares, seja o excesso de velocidade. Então quando a população acha uma maneira de se proteger minimamente você me vem com essa. Concordo com tudo que falaste, mas existem coisas mais importantes para direcionar o foco.