A seca é uma cruel realidade no Ceará. Ela entristece o semblante do sertanejo, do guerreiro magro, de pele avermelhada pela lida do dia a dia, do homem batalhador dos campos, que se vê sem nenhum recurso capaz de livrar da sombra da morte os seus bichos de criação, suas plantações e, de fato, seu modo de vida.
Em 2016, a seca tem sido impiedosa. Este já é o quinto ano consecutivo sem chuvas capazes de reverter um quadro triste e medonho. Como resultado, vários reservatórios do Estado estão à beira do colapso total. É o caso, por exemplo, do centenário Açude Cedro, em Quixadá.
De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, o Açude Cedro está com apenas 0,25% do seu volume total. Isto significa que, nas próximas semanas, em caso de nenhum reabastecimento, o reservatório poderá ficar totalmente seco, um fenômeno que, segundo historiadores, só aconteceu nos anos de 1930, 1932, 1950 e 1999.
Em junho, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), divulgou que, dos 153 reservatórios monitorados, 25 estavam secos e 39 no nível morto. A situação, até este mês de outubro, só piorou. Realmente, em 2016 o Sertão Central teve um dos piores resultados em relação à quadra chuvosa, ficando -52,3% abaixo da média.
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