A esquerda e o PT foram massacrados em 2016

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a-charge-das-eleicoes-2016-uma-grande-derrota-dois-casos-e-algumas-hipotesesA impressão que tenho ao terminar de ler alguns artigos sobre os resultados das urnas neste segundo turno das eleições municipais é a seguinte: a esquerda brasileira foi massacrada nas urnas, não tanto quanto o PT, é claro.

Este último, aliás, há tempos não se parece com esquerda coisa nenhuma. Ou a sigla faz uma autocrítica muito honesta e se reinventa, ou perderá de vez o protagonismo no cenário nacional.

No primeiro turno, o partido de Lula elegeu menos da metade do número de prefeituras conquistadas quatro anos atrás. Neste segundo turno, perdeu em todos os municípios em que disputou com candidatos próprios.

No cinturão industrial do ABCD paulista, útero do PT e região também conhecida como “cinturão vermelho”, o partido perdeu todas. Em São Bernardo, casa de Lula, venceu um tucano.

O partido de Dilma ficou com apenas uma capital, Rio Branco (AC), onde Marcus Alexandre foi reeleito.

No Nordeste, reduto que já representou muito da musculatura da sigla, o PT não comandará nenhuma capital a partir de 2017.

No Ceará, tomando-se o governador Camilo Santana como a maior liderança do partido e candidato natural à reeleição, deduz-se que o PT está ajoelhado aos pés dos Ferreira Gomes, dado que Camilo é, evidentemente, a mais ninguém tão devotado. Aliás, a depender de outras variantes (leia-se Lava Jato), o PT pode não ter candidato próprio a presidente em 2018.

Não sem razão, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, já havia disparado no início de outubro: “O PT terá que cair na real e apoiar Ciro Gomes à presidência”. “Cair na real” é uma expressão forte, mas não conseguiria encontrar outra para descrever com tanta precisão a situação de vexame por que passa o partido.

O grande vencedor nas eleições municipais foi, é justo lembrar, o governo de Michel Temer (PMDB), cuja base aliada experimentou aprovação impressionante junto à população brasileira, fenômeno que, no entanto, não se deu no Ceará, também é justo dizer.

Há quem diga, olhando o conjunto da obra, que a derrota da esquerda e o massacre sofrido pelo PT nas urnas foram tão grandes que o discurso do “golpe” foi definitivamente enterrado. É uma questão de interpretação.

Se a opção do brasileiro em 2016 pela direita, pelo conservadorismo e pelo liberalismo sem disfarces dará resultados positivos ou não em termos econômicos para o país, resta esperar. O Rio de Janeiro, onde o Alto Pardal (Game of Thrones), isto é, Marcelo Crivella, Bispo da Universal, foi eleito, será um bom laboratório em que poderemos estudar muitos temas.

E Quixadá? Ah! Quixadá é uma ilha!

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13076605_1139166942789841_2340143932051734232_nPor Gooldemberg Saraiva




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