Opinião: A organização do centro de Quixadá e os taxistas

- por
  • Compartilhe:

“Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.” essa expressão advém de um conceituado provérbio chinês que nos fala sobre a necessidade de planejamento e sua consecução.

Ora, quando quisermos implementar qualquer iniciativa, principalmente na área pública, afetando a vida das pessoas,  devemos planejar bem para que o impacto não seja negativo ao extremo, uma vez que o remédio em excesso poderá  matar certamente o paciente.

Nesta segunda-feira (20) a cidade de Quixadá amanheceu impactada pela decisão da municipalidade em proibir a atuação de táxis no seu coração central. Pessoas vivem dessa atividade há anos, sustentando suas famílias, pagando suas contas, gerando emprego e renda.

A decisão em destaque somada a revolta causada aos “profissionais do táxi”, nos indica que houve exagero na implementação da medida, juntamente com ausência de consulta a profissionais gabaritados na área de meio ambiente urbano.

Os senhores taxistas acordaram sob a égide de uma nova orientação em seu trabalho que não foi discutida ou planejada, assistindo, atônitos, ao prejudicial ato de impedi-los de trabalhar no local antes destinado à sua sobrevivência financeira.

A atitude foi implementada pela nova ordem que se imprime na cidade de Quixadá, no caso o “salve-se quem poder”, contanto que os administradores possam aparecer como solucionadores dos problemas do trânsito da cidade.

A medida foi confeccionada sob as bênçãos do Prefeito, mas obedecidas pelo vereador derrotado nas urnas, e atual Secretário Higo Carlos. Este soube salvar sua carreira política, mas que não quer deixar que simples trabalhadores possam sobreviver e sustentar suas famílias.

O que entende sobre trânsito, organização do centro da cidade, administração pública ou outra coisa qualquer o Sr. Higo Carlos? A única coisa que sabemos do seu conhecimento sobre administração pública foi que ele, durante o inverno de 2016, como vereador, resolveu nadar na alagada Avenida José Caetano, para reclamar sobre uma obra inacabada que foi realizada por políticos ligados ao então parlamentar. A obra em destaque foi considerada um dos maiores absurdos já registrados na cidade de Quixadá, um verdadeiro piscinão, não tendo como escoar suas águas para lugar nenhum, e o pior, está provavelmente em um nível abaixo em relação ao Rio Sitiá.

Voltando ao ato grotesco de expulsão das pessoas de seu local de trabalho, esse assunto nos parece limitador de qualquer solução pacífica, uma vez que o ato foi realizado de forma ditatorial, repentina e até mesmo covarde, já que surpreendeu aqueles profissionais que encontram-se revoltados e desesperados pela atitude rasteira que afronta os melhores princípios de direito, dentre eles a legalidade.

Nas principais cidades do mundo como Fortaleza, São Paulo ou Nova York, existem taxistas trabalhando nos seus centros de forma legal e ordeira, essa situação é inédita no sentido de proibir que estes profissionais possam trabalhar livremente e legalmente. A ordem é para perseguir e multar. Se não der certo, a força policial será chamada para resolver o problema.

O centro da cidade merece atenção especial das autoridades, porém, a atenção que está sendo dispensada aos trabalhadores é intimidatória, quando poderia ser objeto de uma ampla discussão com a sociedade e com aqueles profissionais.

Soluções como zona azul, área exclusiva para táxis, moto-táxis, motocicletas, carros de horários que são uma necessidade para o comércio de nossa região, são soluções palpáveis, mas necessitam de diálogo, de planejamento, para que a árvore não seja tão machucada pelo machado pouco amolado, somada a imperícia do lenhador.

A cidade de Quixadá possui vocação democrática e libertária, não coadunando com as atitudes arbitrárias como as que a cidade presenciou, necessitando que as autoridades, os vereadores, a população, exijam discussão ampla nas decisões, para que não vejamos profissionais desesperados ao presenciarem a derrocada de suas vidas e de suas famílias.

Os taxistas não estão sozinhos nessa situação, o que também é lamentável, já que feirantes estão sendo obrigados a deixar seus locais de trabalho e onde retiram sua sobrevivência, para locais ainda incertos, sem nenhum planejamento. Querem retirá-los apenas para que se vangloriem de pretensamente terem realizado uma organização do centro da cidade, esquecendo do cidadão, do homem e da sua sobrevivência.

Enquanto as pessoas pobres, trabalhadoras e necessitadas são despejadas dos seus locais de trabalho, a administração planeja carnaval, aumenta subsídios do prefeito, vice e secretários, para que uma geração caviar possa brincar de administração pública.

Para finalizar, desejamos luta e êxito aos que encontram-se penalizados, já que “a boa sorte só  acontece quando a oportunidade encontra o planejamento” (Thomas Edison), justamente o que não está acontecendo na Terra dos Monólitos.



Por Herley Nunes
Contato: (88) 9 9819.6547
Email:  monolitosquixada@gmail.com




Comentários

Os comentários abaixo não representam a opinião do Monólitos Post; a responsabilidade é do autor da mensagem.
  1. o prefeito Ilario , tentando organizar o centro ;tá deixando cada vez pior , tirou os feirantes do calçadão e jogou na travessa chagas holanda . uma rua estreita sem condição de receber os feirantes,não conversou com os comerciantes da rua,chagas holanda, simplesmente chegou e colocou os feirantes na rua. e pra piorar a situação os feirantes não retiram as barracas a noite, a rua sem iluminação a noite ,sujeito as lojas serem furtadas e arrombadas. a rua não tem vigia a noite vai virar ponto de drogas e prostituição e assaltos acorda prefeito.

  2. É preciso lembrar que os taxistas estavam naquele local por determinação do Ilário Marques que em sua primeira gestão os tirou da praça José de Barros e os deslocou para as proximidades do paço municipal. É necessário estudo aprofundado sobre como resolver os problemas de trânsito e tráfego no centro de Quixadá. Não será simplesmente a retirada dos taxistas que resolverá aquele grave problema.

Deixe seu comentário

Os comentários do site Monólitos Post tem como objetivo promover o debate acerca dos assuntos tratados em cada reportagem.
O conteúdo de cada comentário é de única e exclusiva responsabilidade civil e penal do cadastrado.