Quixadá: Vitória dos concursados envolve papel da imprensa e revela bastidores políticos agitados

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À tarde da última terça-feira (30) revelou o resultado do primeiro embate judicial entre os 754 aprovados no concurso da Prefeitura Municipal de Quixadá e o prefeito responsável pela anulação do certame, o petista Ilário Marques. É fato que o chefe do Executivo quixadaense, embora pregue a paz, nos bastidores, sempre foi aguerrido e ditatorial. Seu modo de ser, desta vez, esbarrou na justiça que deferiu parcialmente o pedido de antecipação de tutela do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e determinou ao município que homologue, no prazo de 30 dias, o concurso, revertendo à ação do gestor e decretando a vitória dos aprovados na primeira luta.  

A via crucis vivida pelos concursados, iniciada logo após o gestor assumir a administração municipal, foi relatada durante todo este ano pelo MonólitosPOST. Não só o site de notícias, mas também as emissoras de rádios do Sistema Monólitos de Comunicação deram espaço para que a comissão formada pelos aprovados pudesse informar o que pretendia e para falar da perseguição sofrida e que era encabeçada pelo prefeito e seus aliados. O que isto revela? Que os meios de comunicação local exercem o papel de imprensa cidadã. Enquanto um gestor renega, oprime, esnoba e desdenha de trabalhadores que estudam e procuram melhorar de vida, suando para conseguir a tão sonhada vaga no serviço público, à imprensa sempre recebeu os concursados e também procurou ouvir os envolvidos neste desgastante capricho de um político, que ao assumir o governo deixou bem claro que queria ficar livre para nomear os aliados e pagar a “fatura” das eleições.

Para quem não lembra, na peça da Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público no dia 27 de abril, os promotores Marcelo Cochrane, Caroline Rodrigues, Gina Cavalcante e Naelson Barros anexaram matéria do MonolitosPOST para demonstrar que a imprensa noticiava a desastrosa ação do Executivo quixadaense em anular o certame promovido pela gestão anterior. Eles afirmaram que Ilário Marques “quis aniquilar o concurso para ficar livre para contratações temporárias”, fato provado neste mês de maio e que pode ser visto no Portal da Transparência. Em apenas cinco meses de governo já foram contratados 1217 servidores, levando-se em consideração os 725 prestadores de serviços, 173 comissionados e 319 profissionais da Saúde credenciados em chamamento público.       

Percebo que a atual gestão trata o concurso e as problemáticas do município como se ainda estivesse nas eleições de 2016. Por que digo isso? Por dois motivos. Primeiro: Ilário não esquece João da Sapataria. Segundo: O prefeito tenta, a todo custo, desqualificar o trabalho dos vereadores de oposição. Por que o petista faz isso? No primeiro caso, para justificar os erros de uma gestão mal planejada e para tentar incutir na população que o governo é bem melhor que o antecessor, o que não é verdade. As redes sociais e o eleitorado arrependido estão ai para mostrar. Somente ontem, por exemplo, após a administração municipal informar em nota que vai recorrer da tutela concedida pela justiça, 35 comentários de repúdio a atitude tomada pela Prefeitura foram postados na página oficial do município no Facebook.

Em relação à oposição, me reporto às palavras proferidas pelo alcaide local em uma live, realizada no último sábado (27) no seu perfil naquela rede social, na qual o chefe do Executivo ataca os opositores. De acordo com ele, além de mentir, a oposição prepara armadilhas para que a gestão dele erre. “A jogada é colocar casca de banana para ver se a gente cai nas armadilhas para que eles possam criar este clima de terror”, comentou.

A declaração nos alerta para algumas indagações: É mentira, então, que o Poder Executivo local quer anular o concurso? É mentira que a Prefeitura publicou nota informando que vai continuar indo contra os anseios da população? É mentira que Quixadá tem um prefeito que é do Partido dos Trabalhadores, mas não quer nomear pessoas que querem trabalhar? Quem é o Executivo e erra, é a oposição? Quem trata as pessoas que estudam como se fosse um nada, são os opositores? São os vereadores, que têm o papel de fiscalizar e cobrar o que não é feito e os erros de uma gestão, os terroristas? Até onde eu sei são eles a “voz” da população. Esqueceu o gestor que o clima de terror inicia por quem desafia a lei, sobretudo a Constituição de um país que diz que o ingresso na carreira pública é por meio de concurso público. Quem desafiou a lei com certeza não foi a oposição e muito menos quem obteve aprovação no certame de 2016.   

O concurso público vem, nos últimos meses, agitando os bastidores político da Terra dos Monólitos. Situação e oposição, querem mostrar à população, agradem ou não, que atuam para defender os interesses do município. Enquanto a Prefeitura só se defende, silenciosamente os vereadores agem para organização de um Quixadá mais justo, inteligente e qualificado.

No último dia 17 de maio, Luiz do Hospital, Professor Damasceno, Evaristo Oliveira, Cabo Marlim, Iranildo Bacurim e Louro da Juatama protocolaram representação com pedido de providências junto ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM_CE) solicitando, entre outros assuntos, a validação do concurso público. Como vivemos no mundo de mentira da gestão pública quixadaenses, desconfio que os vereadores citados nem eleitos foram.

 


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Por Franzé Cavalcante – Jornalista

Email:  monolitosquixada@gmail.com




Comentários

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  1. Parabéns a todos que correm atrás dos direitos do povo, dos cidadãos, dos aprovados no concurso público de Quixada. Nossa união faz a nossa força.

  2. ô chibatada com classe

  3. ô chibatada com classe kkkk

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