Após oito meses da eleição, “ex-aliados” de João da Sapataria exercem forte influência na gestão de Quixadá

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Há oito meses os eleitores de todo Brasil sonhavam com um futuro melhor: eram as eleições 2016. A população de 5568 municípios teve a oportunidade de escolher um dos 16568 candidatos a prefeito, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Naquela oportunidade, as pessoas poderiam dizer sim ou não a mesmice, escolher ou desaprovar uma nova liderança.

Em Quixadá, 47706 pessoas foram às urnas e a população escolheu novamente a mesmice. O político eleito para o Executivo Municipal, Ilário Marques (PT), já havia comando a Terra dos Monólitos por três vezes. Enquanto não assumia, o petista orientava o prefeito interino Wellington Xavier (Ci), que foi estimulado a manter o planejamento do alcaide afastado pela Justiça, João da Sapataria.

O que se vê é que do início de outubro de 2016 para o final de maio de 2017, Quixadá pouco evoluiu e, pior ainda, a administração pública local mantém a mesma marca do eleito em 2012, ou seja, em pouco mais de quatro anos os quixadaenses têm mais dos mesmos à frente da gestão. Tudo inicia nos simpatizantes de João da Sapataria que, por interesse ou não, foram os mesmos que apoiaram Ilário Marques. Estes apoiadores ambuzaram as arcaicas lideranças locais, dando sobrevida ao petista e ao ex-tucano Osmar Baquit, que obteve substancial queda de votos das eleições 2010 para 2014, quase quatro mil votos a menos, somente na Terra dos Monólitos.

Nomes como Pedro Baquit, Wellington Xavier (Ci), César Augusto, Audênio Moraes, Ticão, Higor do Demar, os ex-presidentes da Câmara Municipal, Duda e Kleber Junior, bem como o deputado Osmar Baquit estiveram ao lado do Ben 10 e também dão sustentabilidade a atual administração. Além deles, frequentaram os ambientes dos dois candidatos a Chefia do Executivo local, nas eleições passada, personalidades como Laércio Oliveira, Darlan Piaba, Guto da Glaudisel, o que demonstra, no mínimo, um apoio duvidoso. É o tipo de político que não possui ideal e que vai para onde melhor é beneficiado, isso quer dizer que nada de representar a população. Representam interesses próprios.

Veja o papel de cada um no jogo de interesses nas gestões de João e Ilário:

Osmar Baquit: Exerceu grande influência tanto na vitória, como na gestão de João, escolhendo, inclusive, parte dos secretários. Se foi importante para o empresário, para Ilário foi muito mais. O deputado aproximou o governador do atual gestor, possibilitando o apoio do Governo do Estado ao petista. O alcaide local e Camilo nunca foram próximos. Dentro do Partido dos Trabalhadores participam de correntes divergentes e a atuação de bastidores de Osmar trouxe o maior cargo político do Estado para garantir êxito à campanha. Atualmente, Baquit é o porta-voz do Executivo quixadaense junto ao governador, garante cargos aos aliados na administração pública municipal, bem como facilita a governabilidade. Parte da Câmara está na mão de Osmar. No passado, recente, os dois políticos de Quixadá trocavam farpas e lutavam pela hegemonia política do local.

Pedro Baquit: Foi durante dois anos presidente da Câmara Municipal, tendo apoio de João para assumir a direção do parlamento local. O ex-vereador era uma espécie de elo, durante o mandato de João Hudson, entre a Prefeitura e a Câmara. Após o afastamento de João, assumiu a Chefia de Gabinete do interino, Ci. Buscou emplacar o nome como vice-prefeito de Ricardo Silveira, mas os eleitores do médico não gostaram da ideia e ele se aliou ao outrora adversário político. Hoje, o sobrinho do deputado, é secretário do governo “justo” e “inteligente”. É considerado apagado por quem faz a gestão.

Duda: Também foi presidente da Câmara com apoio do ex-prefeito, fazendo uma gestão conturbada e que pouco produziu benfeitorias ao município. Duda foi uma espécie de escudo para João. Na campanha de 2016 afastou-se do grupo ao qual estava e apoiou Ilário Marques. Não conseguiu ser reeleito e hoje levou o popular “pé na bunda” da atual gestão.

Welligton Xavier (Ci): Foi eleito vice-prefeito em 2012 e enquanto estava nesta função apagou-se politicamente, ressurgindo em 2016 para assumir a Chefia do Executivo porque João havia sido afastado pela justiça. Os poucos meses de gestão foram marcados por interferência de Osmar e Ilário que davam os rumos do governo de uns dos maiores críticos e adversário do petista. Ilário orientou que Ci enviasse à Câmara projeto de lei com o aumento dos subsídios do prefeito e dos secretários para os próximos anos, bem como projetos que prejudicavam a população, como o aumento da Taxa de Iluminação Pública (TIP). Hoje, o atual alcaide acusa Ci de descaso com a coisa pública. Por ser do grupo de Osmar tem um cargo no Governo do Estado.

Audênio Moraes: Saiu do PT dizendo que havia se libertado das amarras de Ilário, momento no qual se aproxima de João, ajuda a o eleger e torna-se líder da gestão na Câmara. Quando o governo de seu ex-líder começa a ficar crítico, abandona o barco e retorna aos braços da legenda que criticou, o Partido dos Trabalhadores. A reaproximação com os petistas pôs em cheque o caráter de Audênio e fez com que seus eleitores o reprovassem. Como prêmio de consolação tornou-se secretário de Cultura, Esporte e Juventude.

Kleber Junior: Quando presidente da Câmara de Quixadá foi um dos articuladores da candidatura de João Hudson, sendo seu secretário de Agricultura. Kleber saiu do PT por divergências com Ilário e ameaçou falar o que havia de errado nos governos liderados por Marques, quem não lembra do “vamos abrir as malas”. Em 2016 volta a manter relação com o petista, entretanto foi reprovado nas urnas pelo eleitorado e, além disso, teve recentemente a candidatura barrada pela Justiça por compra de voto. Como não conseguiu sua vaga no parlamento municipal, teve que ficar nas asas de Ilário, sendo titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar.

Cesar Augusto: Secretário de Desenvolvimento Urbano do João e vereador de confiança de Osmar na legislatura 2013/2016. Ainda sobre o comando do deputado, apoiou Ilário nas eleições e hoje é integrante da base aliada ao prefeito, mas pauta seus discursos e votos no que o deputado quer.

Ticão: Como secretário de Turismo do município pouco fez. Em sua gestão à frente da pasta, as tradicionais festividades da Terra dos Monólitos foram deixadas de lado. Mesmo com o apoio de Osmar não conseguiu ser eleito vereador, como ficou na suplência foi alçado a câmara pelo prefeito e tem um mandato que defende a atual gestão.

Darlan Piaba: Secretário de Esporte do governo João, deixando os atletas e estruturas esportivas do município abandonados. Eleito vereador em 2016, exerce a vice-presidência da casa. No período eleitoral apoiou tanto Ricardo Silveira como pediu voto para o petista, ou seja, quem ganhasse estava bom para ele. Não foi eleito por ideologia, mas por conveniência. Piaba, exerce, até agora, um mandato sem proposição nenhuma, entrando mudo e saindo calado das sessões e de seu gabinete.

Laercio Oliveira: Exerceu forte influência na administração passada. Barganhou diversos cargos na Prefeitura, inclusive, emplacando a cunhada, Verônica Costa, como secretária de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Durante seu primeiro mandato como vereador, Laércio abandonou o bairro São João, onde obtém a maioria dos seus votos. Na campanha de 2012, apoiou o opositor de Ilário e agora vive uma lua de mel com o petista. Na Câmara é da base aliada à situação.

Guto da Glaudisel: O empresário foi eleito vereador prometendo a perfuração de poços profundos em diversos distritos de Quixadá. Durante a campanha apoiou, Ricardo Silveira e logo depois da eleição  virou, passando apoiar Ilário. Tem um mandato que serve aos interesses do chefe do Executivo e aos da esposa, Mônica Borges. A mulher do vereador tinha um cargo na Secretária de Saúde do Governo João, onde continua atualmente, além disso direciona o mandato do marido, defende com unhas e dentes às ações do Executivo, sobretudo o fato de o prefeito anular o concurso público.

Higor do Demar: Sonha em ser vereador, mas não tem força política. Mesmo assim, Ilário o quis ao seu lado e durante a campanha, passou a valorizar responsável pela Ouvidoria do município na gestão João da Sapataria. Pelo apoio dado, ganhou um cargo na Policlínica.




Comentários

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  1. soul, ser humano inteligente sua intervenção me ajudarão a crescer intelectualmente, ainda bem que não sou apegado a grupos politicos, alem do mais politca pra mim é um mal necessario, mas deixa pra la, percebe-se que vc faz parte de algum grupo politico, de repente pode fazer parte do grupo que ganhou o direito de administrar o dinheiro publico e tomara que ele consida resolver as principais necessidades da cidade, que nao fique preso em praças e praças, que a gestao cuide da Saude, Educaçao, lazer, trabalho e moradia, pelo menos o q a constituinte exige, forte abraço e a gente se ver por ai.

  2. RAFAEL CARVALHO, corrijo sim. Pare de assistir novela e ouvir a rádio do grupo perdedor da eleição, você está equivocadíssimo.

  3. Rapaz isso aí num fica feio pro Ilário não, fica feio é pra eles. E outra, até bandido preso tem chance de mudar de vida quando é solto, porque que político não pode mudar de postura? Agora aponte aí algo irregular atualmente desses aí.

  4. Não queria comentar, mas, é melhor falar do que se oprimir, que balaio de gato é esse, fisiologismo puro, essa canbanda passa na sua porta prometendo cuidar da cidade, revolucionar o sistema de saude, educaçao, lazer, etc, etc e ate agora so vemos distribuiçao de cargos familiares, beneces, e me corrijam por favor se eu estiver errado, uma das piores gestoes que quixada ja teve, ate agora nao se sabe o que de fato o gestor quer pra cidade, parou nos concursados, ja começou errado no direito adquirido, anota ai, como vc se sentiria se estudasse pra um concurso , passasse e no outro dia te dissessem foi anulado? kkkkkkkkkkk, ainda tem mais, este cara abrir a boca pra falar que quem iria ter orgulho de dizer que passou no concurso feito pelo prefeito joao, é melhor ter orgulho de dizer que passou no concurso do joao do que dizer que em 8 anos na prefeitura o atual prefeito nunca realizou um concurso, por fim , lamento a toda nossa gente por esse escalabro, mas fica a realidade da vida, “deuses” se acabam, nao são para sempr. Ai que saudade de grandes gestores q essa cidade já teve, Renato Carneiro, Aziz Baquit, Everardo Silveira e Jose da Pascoa, fica meu luto por nossa gente.

  5. Parabéns para esses políticos que estão afundando cada vez mais o nosso Quixadá. Admiro muito os políticos de Quixeramobim, ali sim , eles trabalham pelo desenvolvimento do Município, ama a terra deles. Vereadores de Quixadá, vão fazer um estagio de administração e amor ao seu município, aí pertinho de vocês. É triste, amo a minha terra, e tenho nojo dos políticos que só prejudicam nossa cidade.

  6. A dor da derrota é complicada. Não tem remédio que cure a cassetada.

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