Quixadá: Em terra de Marajá, professores nada têm a comemorar

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Ontem (15) deveria ser uma data especial para os professores da Terra dos Monólitos, entretanto eles têm pouco a comemorar. Nos últimos dois anos a classe foi massacrada pelo governo comandado pelo petista Ilário Marques, prefeito afastado por suspeita de corrupção por desvio de verbas públicas. Quem não lembra do resultado de Quixadá no SPAECE? O município despencou no ranking da Educação, perdendo praticamente para todos os municípios cearenses, ficando vergonhosamente quase em último lugar, na posição 179ª entre os 184 do Ceará. Isto é resultado da desvalorização de quem ensina.

A desvalorização dos professores, no governo petista local, foi tanta que após oito anos a classe parou por uma semana, ou seja, fizeram greve. Ilário Marques se recusou a conceder o aumento de 6,81% aos profissionais do magistério; reduziu quase pela metade o salário dos professores temporários colocando-os em uma situação análoga a de escravo. Sua administração entregou as escolas ao governo interino, comando por João Paulo de Menezes Furtado, em péssimo estado de conservação, abandonadas. Além disso, o serviço de transporte escolar mantido pela gestão afastada era fraco e ineficiente. Como seria capaz de motivar um professor nesse cenário?

Lamentável o que vive nossos educadores, triste, covarde e cruel a desvalorização de quem faz a Educação de Quixadá. A situação chegou ao extremo e a gestão afastada virou motivo de chacota porque piorou aquilo que não estava bem. Além de não conseguir emplacar qualquer projeto significativo para a população, ainda foi mal, muito mal para uma área que deve ser prioridade.

Desde que o petista assumiu a prefeitura de Quixadá, as decepções de seus eleitores e conterrâneos são diárias. A quem pensou que com o afastamento de Ilário os desmantelos de sua administração sumissem da mídia. Que nada! Parece que quanto mais mexe, mais erros aparecem. Na manhã desta segunda-feira (15), enquanto comemoravam o seu dia, os professores da rede municipal de ensino e também a população da Terra dos Monólitos foram pegos de surpresa com uma notícia publicada pelo Monólitos Post. Eles descobriram que Quixadá passou a ser o novo reduto de alguns marajás da classe. Uma professora da Terra dos Monólitos ganha cerca de R$ 10.000 mil reais e o pior de tudo: Sem precisar entrar em sala de aula. Não que isso não seja possível e legal, entretanto não é o caso. O fato é no mínimo imoral.

Por que imoral? A maioria dos professores está em exercício efetivo de sala de aula, enquanto que a professora que trabalha fora dela, muitas vezes ameaçando governos, liderando movimentos de paralisação dos serviços públicos, ganha o triplo dos docentes que realmente ensinam. Os professores da municipalidade ganham, em média, a quantia de um pouco mais de R$ 3 mil reais por mês. É justo quem trabalha, se dedica, ganhar menos de quem está, há anos, a serviço do sindicato dos servidores e da Central Única dos Trabalhadores (CUT)?

A atual gestão deve abrir, com urgência, uma minuciosa sindicância para apurar as possíveis irregularidades existentes, a fim de que todos os professores possam ser remunerados pelo critério da igualdade e de justiça. Para se ter uma ideia, de acordo com o que o Monólitos Post descobriu, outra servidora recebe um salário de R$ 12.875,44. Que salário generoso bancado à custa dos seus impostos, quixadanses! Que essas desigualdades sejam reparadas e que o professor, que usa sua voz diariamente, seja respeitado, sobretudo, por colegas que se aproveitam do que é imoral para acordar como pobres alunos e dormirem como marajás.


Por: Herley Nunes
Email: monolitosquixada@gmail.com




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