Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes 13 milhões de brasileiros vivem com a doença que é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina (hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo). Os números fazem do Brasil o quarto país no ranking mundial com maior número de diabéticos, atrás da China, da Índia e dos Estados Unidos. Os dados são da International Diabetes Federation (IDF).
Entre 2006 e 2019, o percentual de diabéticos entre a população brasileira subiu 34,5%, de acordo com informações do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2020. Cenário que reforça a necessidade de acompanhamento médico regular.
Outro dado da pesquisa coordenada pelo Ministério da Saúde que chama a atenção é que o número de brasileiros com a doença aumenta conforme a idade. Apenas no ano passado, houve crescimento de 23% de diabéticos entre adultos com 65 anos ou mais.
Tipos
O tipo 1 do diabetes, que acomete principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens, faz com que o sistema imunológico do corpo ataque e destrua as células que produzem insulina. Por isso, pessoas com diabetes tipo 1 necessitam de aplicação diária de insulina.
Já o tipo 2, o mais frequente entre a população, geralmente ocorre na fase adulta. Esse tipo inter-relaciona a deficiência na produção de insulina com a resistência à ação do hormônio no organismo.
Existe ainda a situação chamada de pré-diabetes, que ocorre quando as taxas de açúcar de uma pessoa estão acima do normal, mas ainda não atingiram os níveis que caracterizam a doença. Essa situação pode ser assintomática, o que ressalta a importância de exames periódicos para medir a glicemia.
Covid-19
Segundo o Ministério da Saúde, o diabetes é um dos fatores de risco para o coronavírus. A resposta imunológica de pessoas diabéticas aos quadros infecciosos tem limitações. A doença em si não aumenta a possibilidade de infecção pelo vírus, mas pode acarretar no desenvolvimento de complicações.
Outra complicação do diabetes está relacionada ao coração. A glicose elevada acelera o endurecimento das artérias e danifica os vasos, podendo levar a doenças cardiovasculares. A dona de casa Bernadete Jesus, de 71 anos, descobriu que era diabética do tipo 2 há mais de duas décadas. Em 2014, ela precisou ser levada às pressas para o hospital.
No Brasil, a Lei nº 11.347/06 estabelece que os portadores de diabetes recebam, gratuitamente, os medicamentos para o tratamento de sua condição por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), como materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar (teste feito com auxílio de um aparelho que realiza a análise de uma pequena gota de sangue retirada da ponta do dedo).
No ano passado, uma lei sancionada pelo governo federal determinou uma nova Política Nacional de Prevenção do Diabetes. A norma prevê a realização de campanhas de divulgação e conscientização sobre a importância e a necessidade de medir regularmente e controlar os níveis glicêmicos.