A rotina que se inicia na madrugada, estendendo ao pôr do sol, não impediu que centenas de homens e mulheres que tiram seu sustento da pecuária leiteira, amanhecessem no sábado (30), em frente a sede industrial da Alvoar Lácteos, no município de Morada Nova.
Articulado por lideranças do setor no Sertão Central e Vale do Jaguaribe, onde a atividade é a principal base econômica, o movimento ganhou força e atraiu a adesão de produtores de todo o estado.
De acordo com as lideranças do movimento, a escolha do local se deu pelo fato da Alvoar ser detentora da hegemonia do setor no Ceará, ensejando a regulação do mercado e o estabelecimento de regras que estão inviabilizando a atividade.
Além das reduções no preço do leite, que no de 2025, já somam R$ 0,30 (trinta centavos) por litro, sem nenhum reflexo no atacado, tampouco para o consumidor final, a falta de um indexador de preço, e a entrada ilegal de leite de outros estados, estão entre os principais pontos da pauta.
É opinião unânime que a manifestação superou às expectativas, comportamento exemplar da classe, fazendo valer uma frase que vem sendo reiterada pelo movimento, “o produtor de leite do Ceará não luta contra empresas ou pessoas, a luta é para que a classe possa seguir produzindo com dignidade”.
Ficou deliberado que o próximo passo será a realização de uma audiência pública na assembleia legislativa, iniciativa esta assegurada pelo deputado estadual Felipe Mota, presente no evento.
Para as lideranças do movimento, um dos principais atores que deverá participar da audiência na assembleia é o governo do estado, “não é possível que o governo siga concedendo isenção fiscal de 100% para empresas, sem exigir que estas respeitem o produtor”.
Além dos produtores, a manifestação contou com a participação de lideranças classistas ligadas a FAEC e a também a Fetraece, e do presidente da FAEC, Amilcar Silveira, com discursos fortes e contundentes na defesa dos produtores.
