O silêncio foi a resposta dada pela maioria dos vereadores de Quixadá à repercussão causada pela desaprovação do relatório conclusivo da CPI da Saúde.
Na sessão desta quinta-feira, 07, ninguém usou a palavra para explicar os motivos pelos quais votou contra o relatório, exceto a vereadora Rosa Buriti que, para ser justo, pincelou algumas frases acerca do assunto, dizendo que não participou da conclusão do relatório e que, desta forma, não poderia assiná-lo. Os demais, apenas fizeram silêncio sobre o tema.
A estratégia parece ser a de não chafurdar na água barrenta.
Mas se fizeram silêncio quando era preciso falar, explicando à sociedade as razões para o desanimador desfecho das investigações, eles falaram, e falaram muito para defender seus candidatos ao governo do Estado. Também falaram muito para defender Ilário Marques, mostrando, por tabela incidental, que os líderes políticos de cada banda eram mesmo as peças de entrave no imbróglio.
Louro da Juatama, por exemplo, com a clara intenção de fazer um pouco de sombra para a gestão do prefeito João Hudson – gestão que enfrenta o pingo do sol do meio dia quanto a opinião pública -, imprimiu matéria do Monólitos Post que revelava com exclusividade a íntegra de um documento do MPF solicitando que Ilário Marques seja punido com improbidade administrativa e que devolva mais de meio milhão de reais aos cofres públicos. Condenar Ilário e defender João! Eis a prioridade da fala do vereador!
Não demorou muito para Rosa Buriti colocar a engrenagem para funcionar inversamente. Ela disse que não votou no relatório da CPI porque a CPI não ouviu o atual prefeito e, também, porque não teria acompanhado a formulação final do documento. Deixou claro que não poderia assinar um pedido de improbidade administrativa para Ilário Marques porque a Justiça Federal já está investigando o mesmo caso abordado pela CPI. Esse raciocínio merece duas ponderações.
Primeiro, é verdade que a CPI não ouviu o atual prefeito, erro grotesco e imperdoável que lança dúvida sobre a motivação dos condutores da investigação. Também é verdade que só houve pressão para ouvir o prefeito depois que o Monólitos Post publicou matéria cobrando o fato. Durante os mais de 90 dias iniciais de trabalho da CPI, nenhum parlamentar lembrou de cobrá-la para que o prefeito fosse ouvido. O que tem sido desconsiderado de forma impressionante envolve uma questão de lógica moral.
A CPI não foi capaz de abarcar todas as problemáticas relacionadas com a saúde. Na verdade, seria humanamente impossível fazê-lo com perfeita justiça. A questão é: aquilo que foi abarcado pelo relatório continha veracidade? As irregularidades apontadas ocorreram realmente? Caso tenham ocorrido, a não aprovação do relatório significa que os edis passaram a mão sobre a cabeça de quem as praticou. Equivale a não beber, com sede, meio copo com água apenas porque ele não está cheio.
O acima não significa que tudo esteja perdido, pois de posse de fatos tão graves, o papel dos vereadores é correr para fazer reparação, juntando documentos e efetuando as necessárias denúncias. Ainda há tempo e meios para isto.
Segundo, a Câmara é um poder independente. Não importa que a justiça esteja investigando o mesmo assunto, os membros da CPI tinham total liberdade para fazer valer, no âmbito de seus direitos de atuação, as conclusões a que chegassem, independente do que a justiça decidisse no terreiro dela. O que se viu, no entanto, foi muito enchimento de linguiça e desejo de proteger este ou aquele lado.
O editor desta coluna conversou extensamente com parlamentares de ambos os lados da questão, e o bom senso aconselha que, em se tratando da temática, nenhuma posição é tão boa ou tão ruim quanto ambos os lados dizem ser.
Audênio Moraes, por sua vez, tem transformado a tribuna da Câmara em palanque eleitoral. Sua participação na última sessão, momento delicado e dolorido para a sociedade, foi simbólica dos interesses pelos quais nossa classe política está dividida. Atuou em defesa do Governo Cid, da candidatura de Camilo Santana e ainda explicou por que tinha, num espaço tão curto, mudado o voto de Tasso para Mauro Filho. Uma oratória boa, usada sem proveito algum durante quase meia hora, para falar sobre um assunto que não interessa realmente à sociedade quixadaense, ainda mais nesse momento tão sensível. Ponto falho para um parlamentar com boa atuação, num momento em que poderia, por sua perspicácia, ter dado aula.
Em política, o que conquista o povo é sinceridade, e não esse palavreado repetitivo e sempre no mesmo tom de defesa das mesmas personagens de sempre.
Tenho certeza que não estou sozinho quando confesso estar enojado disso tudo.
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eu tenho é nojo.
O que estaria acontecendo com a atual conjuntura ?
O que estaria acontecendo com as autoridades ?
Estranho !
TODOS FALAM, E NADA SE RESOLVE !!!