Dirigente de sindicato em Quixadá acusa chapa derrotada de manobrar para ganhar no tapetão

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O ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quixadá, Eronilton Buriti, conversou com a redação do Monólitos Post sobre as acusações de fraude no processo de eleição da nova mesa diretora da instituição.

Eronilton foi diretor da entidade entre os anos 2000 a 2014 e afirma categoricamente que as acusações de fraude na escolha da nova presidência – que beneficiou a chapa defendida por ele, neste último mês de junho -, revelam ‘despreparo, falta de conhecimento ou desejo de manobrar a situação para alcançar resultado diferente’ por parte da chapa derrotada.

A desconfiança do ex-dirigente sindical é de que as forças políticas que financiaram a chapa oponente esteja querendo usar os trabalhadores como massa de manobra.

Acompanhe a seguir a entrevista com o líder sindicalista.

Monólitos Post: A chapa concorrente e derrotada no atual pleito foi à público por meio do atual presidente, Marcelo Lucena, informar que as eleições sindicais foram anuladas por haver comprovação de fraude. O que você tem a dizer em relação a essa informação?

Eronilton: Em primeiro lugar quero informar que nestes quase quinze anos que fui diretor do sindicato, participei diretamente da organização de quatro processos eleitorais, todos eles legalmente constituídos. Portanto, o que falarei será com base em conhecimentos reais pelas práticas destes processos anteriores.

Pois bem, não sei se a atitude da chapa concorrente e do atual presidente, em acusar a existência de fraude no pleito, é um fato claro de despreparo e desconhecimento ou se é uma manobra com o intuito de desvirtuar o processo.

Senão vejamos: a alegação de fraude decorre da utilização de regras ultrapassadas para a elaboração da listagem dos que deveriam votar, ou seja, a chapa 1 elaborou por si própria uma lista com base em um regimento eleitoral do ano de 2001, que ainda que considerássemos este regimento como legitimo, ainda foi infringido, por não permitir a participação da chapa 2 durante o processo de elaboração desta lista; além do mais, o referido regimento considerava que os aptos a votar seriam todos os associados que estivessem quites com suas obrigações ate 20(vinte) dias antes das eleições.

Essa regra já foi alterada, prova disso é que a atual diretoria e o próprio atual presidente, foram eleitos em um pleito que foi considerado aptos todos que realizaram suas quitações com quinze dias antes da data da eleição. Portanto, a acusação de fraude citada pela chapa 1 e pelo presidente é uma contradição.

MPost: Foi veiculado que haverá uma eleição para a composição de uma Junta Governista. Essa informação tem cunho legitimo?

Eronilton: Esta é a prova concreta de que as afirmações da chapa 1 estão baseadas nas regras ultrapassadas, pois o procedimento para eleição de uma junta já não faz mais parte do antigo regimento.

Em se tratando do processo alegado, ou seja, no ano de 2011, quando houve as ultimas alterações estatutárias, ficou limitado no Art. 30, §2º, que as eleições para composição de junta governista só ocorreriam nos casos em que o processo eleitoral não conseguisse eleger a diretoria por falta de quórum em duas ocasiões. Portanto, este caso não se enquadra, pois houve quórum e houve um resultado, com a vitória da chapa 2.

Assim, o processo de composição de Junta Governista de fato estava estabelecido no regimento interno, mas naquele do ano de 2001, de lá pra cá já houve mudanças. Tanto é que, em se tratando de hierarquia interna, o estatuto é superior ao regimento. Portanto, o atual estatuto, conforme delibera sobre o que já falei, foi alterado no ano de 2011.

MPost: E quanto a anulação da eleição?

Eronilton: Legalmente é um efeito nulo, pois de fato não foi feito o pedido de anular o pleito. Ou seja, no dia 19 de junho, após o término da apuração e constatada a vitória da chapa 2, a chapa 1 entrou com um recurso pedindo a averiguação dos votos em separado e, portanto, não fez o pedido de anulação do pleito.

A comissão organizadora do pleito cometeu um equivoco gravíssimo que foi, ao invés de averiguar se de fato estava baseada em documentos legítimos e fazer uma análise detalhada destes fatos que estou relatando, apenas resolveu expedir uma nota de anulação da eleição, o que de fato nem havia sido feito o pedido.

MPost: Para finalizar, o que você acha que deve ser resolvido?

Eronilton: Necessariamente precisa que seja estabelecida a normalidade e a legitimidade do processo como todo, qual seja: a chapa 1 concorrente e derrotada no pleito, aceitar a derrota e retirar todo e qualquer questionamento, reconhecendo que de fato houve um equívoco, inclusive na prestação de informações perante a Comissão Organizadora do pleito, que se diga de passagem, foi uma comissão escolhida pelos os próprios integrantes da chapa 1, para assim realizarmos o momento democrático e costumeiro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quixadá, que é dar posse a sua nova diretoria no dia 25 próximo.

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Comentários

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  1. Fiquei triste em saber que pessoas que a gente via como amigos, companheiros de luta, honestos sobretudo, talvez motivados por alguns interesses nefastos próprios ou de pessoas próximas a eles, usaram artimanhas sórdidas, para chegar aos seus objetivos, contudo não obtiveram êxito em seus planos maquiavélicos, lamentável. Esse é meu pensamento e não dos desfavorecidos, com os fatos, lembrando que desfavorecidos foram a chapa 1. Faltaram detalhes nessa matéria… O monólitos post comete um erro grave, publicar algo inverdadeiro, pesquisem os fatos!

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