Os agentes de trânsito de Quixeramobim decidiram paralisar suas atividades em sinal de advertência, objetivando o atendimento às reivindicações da categoria, por parte do poder executivo municipal.
Segundo o agente João Kelber Fernandes, em entrevista concedida à Rádio Canudos FM, as discussões iniciaram internamente durante as várias reuniões realizadas por iniciativa dos próprios agentes com a direção do órgão e o chefe do executivo, por não mais suportarem as condições de trabalho. “Não é de hoje que esta situação se encontra assim, já vem há bastante tempo se enrolando e a gente vem suportando. Iniciamos as nossas reivindicações a nível interno, na pessoa do Senhor Presidente, Mauro Ricarte, e esperávamos nele que pudéssemos conseguir algum êxito”, disse João Kelber.
No que se refere às reivindicações, o agente relatou que a situação é tão precária que se estima que apenas 1% das infrações são autuadas, pois o órgão não teria capacidade de atender todas as demandas.
O agente também criticou a remoção da central de atendimento SOS do prédio da Autarquia para a Secretaria de Saúde. Para ele, a iniciativa dificulta o pronto atendimento às ocorrências, pois antes, quando do funcionamento no mesmo local da Autarquia, diante de uma situação de emergência comunicada ao SOS, logo era feita também a comunicação à AMTQ, possibilitando assim, um atendimento mais ágil e integrado por parte dos dois órgãos.
Os servidores reclamam ainda da falta de estrutura e de equipamentos necessários para a condução dos trabalhos e se dizem “abandonados”, pois além de todas as deficiências, há dois anos a AMTQ não possui um diretor de operações e fiscalização. O cargo está vago desde a saída de Luís Carlos Paulino.
Conforme comunicado emitido pelos agentes de trânsito à imprensa, o movimento é uma manifestação de repúdio à omissão da administração em atender às necessidades de melhorias nas condições de trabalho dos agentes que reivindicam:
– Renovação da frota veicular utilizada na fiscalização, uma vez que a mesma encontra-se desgastada pelo intenso uso, assim como os devidos equipamentos de sinalização de emergência (alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente), os quais não estão presentes na frota atual, incorrendo em infração prevista no Código de Trânsito Brasileiro;
– A nomeação de uma pessoa capacitada para ocupar o cargo de Diretor de Operação e Fiscalização de Trânsito, vaga não preenchida há mais de dois anos, o que dificulta o desempenho dos trabalhos e a padronização dos procedimentos;
– O preenchimento do cargo de Inspetor de Trânsito, criado pela Lei que institui a AMTQ e nunca foi preenchido, para que possa auxiliar o Diretor de Operações;
– O cumprimento do acordo firmado pelo prefeito Edmilson Junior e os agentes no dia 03 de junho deste ano, referente ao aumento salarial em 7%;
– A aplicação do Regime Disciplinar da AMTQ, o qual já se encontra aprovado, a fim de evitar fugas ao dever funcional de cada servidor;
– O pagamento da gratificação de periculosidade incidente sobre as horas extras e a realização de novo concurso para aumentar o quadro funcional, pois o mesmo encontra-se defasado frente à demanda existente. Hoje, a AMTQ conta com um efetivo de 17 agentes, enquanto o município possui uma frota superior a 12 mil veículos, o que daria em torno de 700 veículos para cada agente de trânsito.
Segundo o documento, a permanência da atual situação poderá ocasionar outros movimentos, como uma possível greve dos agentes.
Agora vamos nós, em Quixadá o descaso com o trânsito é nítido, nem com uma viatura o DMT do município conta, o superintendente foi flagrado tentando implantar a indústria da multa, o prefeito Rômulo Carneiro começou uma sindicância que, até hoje, ninguém sabe qual foi o resultado.
Fonte: Sistema Maior
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