Cadê o nosso Dia do Rock? Pela primeira vez nos últimos 5 anos, Quixadá não comemora a data mundial do rock

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Pela primeira vez nos últimos anos, Quixadá não realiza nenhuma ação em comemoração ao Dia Mundial do Rock. O que nos leva a questionar a atuação criativa por parte do cenário local que, nos últimos meses, tem se mostrado com “preguiça”.

Se antes os rockeiros da cidade tinham o Bomotivo como casa, hoje já não é assim. O clube hoje tem o forró como fonte de sustentação da casa, que inclusive ganhou, recentemente, uma reforma para acomodar com maior qualidade e conforto os forrozeiros de plantão.

Em 2014 o público do rock local escolheu um novo estabelecimento para prestigiar os eventos, em sua maioria, produzidas pela produtora Mandacaru Cultura & Entretenimento. O Pin Up Boteco passou a receber quase que semanalmente artistas do cenário alternativo musical. O boteco foi então transformado na nova casa do rock em Quixadá.

Eventos como tributos, destacando os que homenagearam as bandas Charlie Brown Jr., Los Hermanos, Engenheiros do Hawaii, fizeram a casa atentar-se ao movimento – naquele ano – fervescente. A turma fazia fila lá fora. Mas isso, com um tempo, vem amornando. Será que o público cansou? Ou a pausa nos trabalhos da Mandacaru já está refletindo?

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E AGORA?

Em 2014 a produtora realizou pelo menos 1 show por mês. Movimentou o cenário local, regional e possibilitou a vinda de uma banda de renome nacional: o INSANO 2014 contou com o super show da banda NOTURNALL(SP), que tem um dos melhores bateristas do mundo. E foi a partir deste evento que o cenário se mostrou cansado. Com um público abaixo da média, o festival apenas se pagou. Mostrando que a resistência, simbologia que há dentro do nome da produtora, estava fragilizada. Culpa da produtora? Alguns dizem que sim. Mas a maioria concorda que a união, tão falada nas últimas semanas, não passa de uma mera utopia. Ou seria a falta de gestão dos próprios artistas? A atuação particular de uma produtora deixou os artistas reféns? Ou esses nunca pensaram na auto-gestão? Problema semelhante você encontra no cenário rockeiro do país inteiro, bandas sem força para vencer as dificuldades, ficam no caminho e dão lugar as outras. E assim sucessivamente.

Além do festival de rock e dos inúmeros tributos que – diga-se de passagem, sempre contaram com artistas locais em suas programações -, ainda em 2014 a Mandacaru realizou a segunda edição do QUIXADÁ PRO JAZZ & BLUES, evento realizado no Pin Up Boteco e que contou com aproximadamente 200 pessoas, suficientes para praticamente lotar o pequeno e aconchegante espaço do boteco. O evento foi um sucesso. Fato interrompido pela não-execução de sua terceira edição. Com o anuncio de um projeto semelhante, a ser realizado 1 semana antes da data prevista para sua terceira edição, a produtora iniciou em Junho uma pausa que vai até Agosto. O 3º Quixadá Pro Jazz & Blues será realizado em meados de Novembro. E a Mandacaru segue repensando sua estratégica de atuação. Dessa vez sem grandes expectativas quanto ao cenário local que, novamente, flerta com uma união, a qual desde 2005 vem sendo discutida, mas nunca executada.

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QUEM FAZ?

Mas o rock em Quixadá sempre foi “pesado”. Não só pelas dificuldades, nem apenas pelo som; O rock aqui sempre foi subjugado, e nem sempre tão valorizado como deveria. E talvez alguns deste movimento, não tenha tido (ainda) preparo suficiente para gerir algum projeto de forma sólida. Enxergar uma banda como produto e saber administrá-la é de fato o principal problema do cenário rockeiro local.

Guaracy Freitas, considerado o pai do rock quixadaense, chegou bem próximo disso, produziu um disco coeso, com originalidade e chegou a circular pelo Estado. Participando de grandes festivais e eventos importantes do cenário cearense. Assim como seu parceiro de banda e também propulsor do gênero na cidade , Neto Inácio, que lançou no início dos anos 2000 o seu disco “Homem: Produto do Meio”. O mesmo também conseguiu circular em grandes festivais e eventos, dando pausa nos seus trabalhos ainda em meados de 2005.

Fato é que o rock aqui ainda não morreu. Apenas amornou! Mas não foi o público, nem apenas a pausa nos eventos que a Mandacaru deu. Nem tampouco a falta de espaço. O rock amornou por que há um vírus rolando dentro deste cenário. A preguiça, inveja e a desunião são alguns dos sintomas. Não há novidades, não há preparo, não há organização. Parece que os rockeiros não acreditam mais nos seus próprios rock’s! Enquanto alguns “enchem o rabo” matando a sede do público, o artista deixou de criar.

Alguns optaram por destruir a imagem e vontade de quem, mesmo com tantas dificuldades, ainda fazia! A Mandacaru parou por enxergar um cenário de desunião. Onde sua atuação vinha sendo questionada e seu nome denegrido por um único erro: Querer elevar o nível de um cenário as vezes até inexistente. E estes mesmos, que até hoje, em pequenos círculos, continuam a serem pastores da discórdia, são culpados. Foram eles que jogaram água na fogueira que desde 2011 vinha acesa, aquecendo as mentes dos rockeiros do sertão central.

O QUE AINDA TEMOS?

Temos um futuro brilhante pela frente. Desde que uma nova visão, mais madura, seja aplicada dentro do circuito local. Talvez tenha chegado a hora de haver uma revolução. Com produtores, músicos, bandas e público, tomando a rédea do rock quixadaense. Resgatar aquilo que já foi feito, repaginar, repensar as parcerias, os vícios e  virtudes, e refazer um cenário que, até então, ganhou respeito em todo o Estado.

Há bandas novas surgindo. Há novos projetos, novas ideias. Esperamos que isso reacenda a chama que antes aquecia todos os rockeiros da cidade. E que os monólitos tornem a ecoar clássicos locais, regionais, nacionais e internacionais através – principalmente – dos nossos artistas.

Que a revolução comece a partir de dentro daqueles que tanto a desejam!

Viva ao rock! Viva ao rock quixadaense!




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